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sábado, 23 de fevereiro de 2013

José De Sousa Mayor 2008


Característica diferenciadora: Textura

Preço: 20€ 


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17,5


Comentário: Muitos anos volvidos... volto a provar um José de Sousa Mayor.
Vinho com muita tradição, fermentado em tradicionais ânforas de barro alentejanas, sempre muito elegante e tradicional... pelo menos, era! 
Este de 2008 destaca-se imediatamente pela apresentação da garrafa. Pessoalmente gosto. Passando ao vinho:

Apresenta uma cor bastante escura, sem ser muito denso. Opacidade adequada. Menos leve que os mais "antigos"...Alguma barrica presente nos aromas, e cacau... daquele amargo. E notas de alguma caruma verde. Engraçado. 
Atentando na garrafa, para perceber o que compunha o vinho, vejo com surpresa 65% de Grand Noir, 20% de Aragonês e 15% de Trincadeira....investigando descobri que a reconversão eficaz da Grand Noir permitiu que tenha actualmente maior proporção no lote do que antigamente.
O vinho tem uma personalidade muito própria, não se desvinculando do tradicional Alentejo, mas com uma "garra" muito peculiar. As notas mais verdes (imagino que seja daí) do Grand Noir dão-lhe muita piada. Eu gostei muito do vinho. Muito texturado na boca e com elegância qb.
Deve evoluir bem em cave nos próximos 10 anos... dependendo do que se procura num vinho. Se gostam de sensações vincadas... bebeam agora até 2015.

Nota: não se enganem com a informação em alguns sites na internet onde associam a Grand Noir ao sinónimo em Portugal para Baga... a Grand Noir é uma casta tintureira, descendente do Alicante Bouschet. Não tem nada a ver com Baga pelo que me explicaram.


Provador: Mr. Wolf 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Quinta de Saes Estagio Prolongado 2008


Característica diferenciadora: Leve

Preço: 12€ 


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 16,5

Comentário: Ligeiro na cor e na concentração. 
Aroma vegetal. Cheira a vinhos do Álvaro Castro.
Notas florais...Parece Touriga Nacional, mas sem expressões agressivas da casta...Naturalmente, também não tinha aromas de fruta madura expressiva... mas, apesar de discreto, notas muito giras com aromas  frescos e cítricos.
Num tom mais delicado e "fino" que os anteriores, fiél ao que tenho provado do ano de 2008.

Bom trabalho de barrica, num registo mais elegante sem perder a marca genética dos vinhos de Álvaro Castro.

Diferente dos anteriores Estágio Prolongado... mais verde, mas bom.


Provador: Mr. Wolf 

Quinta da Bica Vinhas Velhas 2007



Característica diferenciadora: Gastronómico

Preço: 10€

Onde: El Corte Inglés e Garrafeira Campo de Ourique

Comentário: Um tinto do Dão, feito de vinhas velhas das castas Touriga Nacional, Baga, Alvarilhão, Jaen e Rufete. Estágio em madeira nova e mais 5 anos de garrafa antes de ser colocado no mercado. Cor rubi. Cheira a Baga, mato, vegetal. Pouca fruta, madeira quase imperceptível, pinheiro, taninos … muito, muito gastronómico e elegante. Na boca é muito persistente e sério … certamente um dos melhores vinhos que bebi ultimamente!

Acompanhou lindamente uns ovos mexidos com cogumelos frescos, chouriço alentejano e o tal Queijo da Serra da Estrela (do qual já falei em escritos anteriores), da Queijaria dos Lobos.

Um grande vinho do Dão! Um belíssimo vinho Português!
 
Nota: quem aqui vier à procura de baunilhas, concentrações, extracções, chocolates, doçura e afins tem que se virar para outros vinhos. Neste Quinta da Bica o que se apresenta é a antítese, isto é, aqui encontra-se VINHO!

Provador: Bruno Miguel Jorge

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Altíssima Grande Reserva de 1970



Característica diferenciadora: Mais de 40 anos...

Preço: Não faço ideia!!!


Onde: Garrafeiras particulares...

Nota pessoal: 17,5


Comentário: "Vamos ver como isto está... tenho esta garrafa comigo há mais de 30 anos, de casa em casa..." contou-me o meu querido amigo Carlos Rosa quando me apresentou a garrafa... "tenho idea que é muito boa, mas não faço ideia se está boa ou não... mas abre-se... e se não estiver boa, abre-se uma mais recente!"

Ora bem... pela primeira vez apetece-me escrever com anseiras no meio do texto... pois este é na realidade um vinho do ... um vinho fantástico!

Impressionante. Cor filh... cor impressionante para a idade... nunca vi 43 anos tão rosados. Rubi, rosado muito vivo e auréola escura ainda, sem laivos castanhos ou atijolados sequer!
Exacto. 43 anos e parece sumo de romã (nos aromas também), ou morango...Cor fantástica!

Bom, e nariz? Nariz de vinho com 12 anos, máximo! Nada de aromas terciários, cansados, de azeitonas, lagar, couros ou cabedal, ou o que seja,,, nada disso!

Fruta discreta, concentrada e doce com alguma acidez ainda. Nariz sem "vinagrinho" como se poderia esperar...antes fruta ao longe. Algum bolo Inglês... muito bom.

Caro Carlos Rosa... foi um jantar muito bom, não só pelos vinhos, mas também pelo vinho. Sei que é especial.

Muito Obrigado!

Provador: Mr. Wolf 

Casal Jordões Penha D´Aia Grande Reserva 2008



Característica diferenciadora: Vinho à antiga!

Preço: 10€ (aproximadamente... acho eu)


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17

Comentário: Ora bem... aqui temos um vinho completamente fora de modas! Fora de tendências e orientações de "Novo Mundo"... aqui temos vinho, do Douro, mas mais do que isso... Português!
Este rótulo é bastante difícil de encontrar... na distribuição encontra-se um "primo" dele, que é também de Casal Jordões, que se chama Quinta da Esteveira (provado também aqui e post disponível).


Vinoso no copo! Cheira a vinho, a mosto, a fruta, sem preocupações estéticas! Nariz de vinho à antiga.
Completamente fora de modas... e que moda que seria se fosse assim! Escuríssimo e muito, muito tintureiro.
Na boca parece Bairrada tal é a adstringência... mas só isso! É de tal forma violenta a intnsidade de sabores, que mesmo que houvesse dúvidas em comentar o vinho, qualquer provador solta um "epá!"... pois... tem tudo lá. E grita por decanter, para o "espirrar" antes de ir para os copos, arejar e serenar um pouco.
Depois de estar mais calmo... o vinho, evidenciam-se nota de licor e chocolate, tipo Mon Cherry!
Nada elegante, mas não é defeito neste caso. Parece vinho novo. Mineral no fim de boca. Fruta austera.
É fácil apontar defeitos ao vinho... ou melhor, aspectos muito diferentes da prova tradicional que os tintos dão hoje... seria muito fácil. Mas para mim, é muito mais fácil passar por cima disso tudo, e dizer que adoro e que o vinho me dá muito prazer beber. Muito mesmo.
Respirado, calmo e sereno, deita cá para fora notas hortelã, menta, alecrim que lhe conferem uma frescura muito boa.

À antiga... Vindima à mão, pisa a pé... Fermentação em lagar... Muito bom.
Difícil é arranjar comida para este menino, tal é a sua concentração.

Provador: Mr. Wolf 

Leo D´Honor 2008



Característica diferenciadora: Castelão

Preço: 23€


Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 16,5


Comentário: Cor viva. Rubi encarniçado! Notas no nariz de madeira e ... madeira! Bom, há que deixá-lo respirar.
Boca "amarga"... apesar de fresco. Curiosamente, nesta prova cega com Conde Vimioso Reserva 2008 e Marquês de Borba 2008, este Leo D´Honor 2008 foi o que eu levei às cegas... e foi uma grande desilusão!
Eventualmente, está a "dar a volta"... tem nariz muito estranho, sempre dominado pelas notas de barrica... e está "cru" ainda. A fazer-se enquanto vinho, na minha opinião. Não está uma prova fácil. Madeira de qualidade, sem "adocicar" o vinho, mas expressiva a sobrepor-se sempre ao aromas (discretos, é verdade) do vinho... mas Castelão não é de todo uma casta aromática! Mas eu gosto bastante... mas este, não está num bom momento de prova.

Conhecedor do que é a Casa Ermelinda de Freitas, estou bastante seguro que a garrafa foi aberta provavelmente numa altura má! Vinhas velhas da casta Castelão, têem de dar melhor prova passados 5 anos! No entanto, há algo a melhorar...

Provador: Mr. Wolf 







Marquês de Borba Reserva 2008



Característica diferenciadora: Doce

Preço: 29€


Onde: Distribuição

Nota pessoal: 17


Comentário: Bom, mais uma prova cega! 
Garrafas decantadas e não identificadas. 
Este Marquês de Borba Reserva foi provado em conjunto com um Conde Vimioso Reserva 2008 e Leo D´Honor 2008...

Cor rubi mediana. Notas de madeira evidentes. Barrica boa.
Imediatamente, surgem notas doces nos aromas. Na prova de boca é "fino" e muito redondo.
Notas de morangos muito maduros, num registo elegante. Bastante equilibrado, "ligeiro" e delicado.
Completamente diferente do ano de 2009, que para mim foi dos preferidos de Marquês de Borba, está mais no estilo do de 2004.
Em resumo, é um excelente vinho Alentejano, feito com bastante cuidado e qualidade, com variações de ano para ano, o que é bom, pois exprime as variações climatéricas e de produção. Normalmente, é um vinho excelente.

Provador: Mr. Wolf