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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Dory Reserva 2010

Característica diferenciadora: Acidez/frescura (Torres Vedras “terroir”?)

Preço: 10€ (5 euros nas Feiras de Vinho)

Onde: Feiras de Vinhos do Continente e El Corte Inglés

Nota pessoal: 16,5/17

Comentário: Eu gosto dos vinhos da Adega Mãe. O branco colheita, os varietais de Chardonnay, Viognier, Viosinho e Alvarinho e o Reserva Tinto de 2010, são vinhos que me dão prazer a beber e que me fizerem companhia durante o tempo mais quente (os brancos). Mesmo o Chardonnay e o Viognier, castas já por si mais “pesadas”, mesmo fermentadas em madeira, apresentam uma frescura e uma acidez muito interessante, que espevitam o vinho e o tornam sempre muito prazeroso à mesa. O Viognier tem a ganhar com alguma tempo de cave, porque ainda se sente muito a tosta.

Bem, mas hoje não estamos virados para os brancos … ficam para um outro dia! O Dory Reserva tinto, quando custava 10 euros já era um tinto que dava muito prazer a beber. Agora que custa 5, é para comprar à caixa. Foi o que fiz e que voltarei a tentar fazer, se ainda o encontrar.

Apresenta-se escuro com uma ligeira aureola ruby. No nariz, sobressai a madeira, e à primeira podemos pensar que vamos beber mais um daqueles vinhos achocolatados e docinhos. Felizmente isso não se confirma! Continuando … químico, algumas notas de farmácia. Boca com fruta preta e algum vegetal. Passado algum tempo, surgem-nos notas de pimenta e alguns taninos mais aguçados a disserem de sua justiça e a aconselhar alguma calma no consumo do vinho. No final da refeição, mostrava-se mais proporcional e arrumado, mas, sem nunca ser um vinho aborrecido, porque, tal como os seus “irmãos” brancos, também ele tem uma belíssima acidez e frescura, tornando-se, por isso mesmo, um amigo da mesa. Vinho que enche a boca e que se prolonga.


Provador: Bruno Miguel Jorge

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Taylor´s Vintage 2003



Característica diferenciadora: Pujança dos taninos (assegurando uma longa vida em cave)

Preço: 70€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17 (facilmente esta nota subirá. Daqui a 10 anos, quando este vinho se abrir ao Mundo, a pontuação será bem diferente e bem mais elevada)

Comentário: Esta foi a minha primeira vez com um Vintage clássico da Taylor´s! Expectativa elevada, não estivéssemos a falar de um ano de muito boa memória para o Porto Vintage, como foi o de 2003.

Tendo em conta que, nos Vintage novos, a fase dos 10 anos pode ser um bocadinho ingrata, decidimos que o tínhamos de arejar bastante por forma a contrariar a tendência natural de “fechado para obras”.

Assim, no início do almoço, o vinho foi decantado cuidadosamente, e logo aí deu para ver uma bonita cor escura mas não opaca, com uns tons rubi muito bonitos.

Deixámo-lo a descansar durante cerca de três horas e fomos “atacar” um Bacalhau Espiritual que acompanhou lindamente um Cartuxa branco de 2011 que, diga-se, en passant, está num momento de forma extraordinário! A boa fruta madura, bem como o corpo cheio e cremoso que o vinho apresentava, ligou lindamente com as das natas do Bacalhau Espiritual.

… mas a nossa cabeça continuava no Taylor´s …

Entretanto, começaram a chegar à mesa os queijos e os doces e a inquietação foi crescendo, até que … as primeiras gotas começam a cair nos nossos copos.

Este 2003 apresentou, tal como descrevemos em cima, uma cor escura mas não opaca, que nos fez lembrar “sangue de boi. No nariz, o vinho apresentou-se, tal como esperávamos, fechado, pouco claro, com algum floral, fruta preta fresca em fase de transição e nuances de Bolo Madeira. A boca é cheia e poderosa, sem ser esmagadora, onde se descortina facilmente uma nota vegetal e um conjunto absolutamente monumental de taninos de uma fineza desconcertante. O final é longo mas não é, ainda, extraordinariamente complexo.

Este já foi um grande vinho com toda a certeza, há-de vir a ser um Vintage monumental, mas, neste momento, é apenas um muito bom vinho com um potencial colossal!

Provador: Bruno Miguel Jorge

Manoella 2011



Característica diferenciadora: potencialidade em evidência para ser um belíssimo vinho daqui a uns 2 ou 3 anos

Preço: 11€

Onde: El Corte Inglês

Nota pessoal: 16,5 (dentro de 2 ou 3 anos será um 17 ou 17,5)

Comentário: Foi com muita vontade e expectativa que me atirei a este Manoella. Tinha tido um encontro fugaz com o 2010, à relativamente pouco tempo, e tinha ficado bastante bem impressionado (ainda mais vindo o vinho de um ano que se diz ser menor). No entanto, e por comparação com o 2011, achei-o muito mais pronto a beber e com menor potencial para evoluir em cave de forma positiva.
 
Apresenta-se com uma cor violeta carregada. No nariz, as notas da barrica ainda se apresentam com muito predominância, secundadas por algum floral da Touriga Naciona (mas sem cansar nada). Na boca é cheio sem ser gordo e espalhafatoso. Está todo muito certinho com as suas notas de fruta preta, violeta e um toque floral a dar elegância e distinção. Surge no final de boca uma nota vegetal, tão típica dos verdadeiros Douro, e que muito me agradou. A amparar tudo isto temos uma estrutura de taninos densa, ainda um bocadinho aguçados, mas muito finos. Boa acidez, boa frescura e um comprimento de boca longo, mas que ainda não é extraordinariamente complexo.

Recomenda-se a compra de uma caixa, abrindo uma garrafa para conferir o estilo, e as restantes para ir abrindo a partir de 2016.

Nota: A mim, já não me apanham mais no Pintas Character (em abono da verdade, já me apanhavam pouco!).

Provador: Bruno Miguel Jorge