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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Aventura Susana Esteban 2012

Característica diferenciadora: Alentejo com personalidade própria.

Preço: 8€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 16.5

Comentário: Cromaticamente muito expressivo.
Violeta, púrpura, muito vincado e denso...
Muitas notas florais no aroma. Touriga nacional muito evidente. Ligeiro lácteo, barrica secundária, vincada mas ténue ao mesmo tempo. Muito bom o trabalho de barrica.
Elegante na boca, muito polido, taninos à procura de espaço para acalmarem, fruta estilo cereja, boa acidez e potencial de elegância... Mas precisa acalmar... Tudo muito cru ainda. 
Gosto normalmente muito dos vinhos da Susana... recordo com muita saudade os Xisto (sim, esses mesmo da Quinta do Crasto) sobre sua batuta enológica, e principalmente um vinho no Alentejo que sempre gostei muito... Perescuma Nº1. Mas neste caso, estamos a falar deste Aventura. E é uma boa aventura.
Bom vinho, talvez mesmo o melhor que já provei de 2012, pelo menos até à data, a um preço comedido. 
Melhorará em cave seguramente.

Provador: Mr. Wolf

Lua Nova em Vinhas Velhas 2011


Característica diferenciadora: Muito concentrado e frutado.

Preço: 4,75€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 16.5


Comentário:  Cor carmim, com lágrima acentuada.
Exuberante de aromas... Tudo está exagerado! Não é de todo o meu estilo de prova assim... Há que deixá-lo descansar... muito. Mas como já estava aberta... deixei-a. Ficou aberta 2 dias (!?).

Voltei a provar no 3º dia, Et voila... Amaciou o suficiente.
Concentrado, muito vivo na cor, muita fruta silvestre, taninos presentes e muito vigorosos, ligeira doçura final mas muita concentração.
É um vinho com um estilo muito próprio... confesso que comprei porque gosto muito do Quinta do Soque Vinhas Velhas de 2007 e tinha a expectativa de ser um vinho de perfil semelhante. Não é.
É um vinho para pratos de confecção e sabores persistentes... Ou carnes quase cruas, para quem goste.
O vinho necessita de cave, e é obrigatório, para quem as pretenda beber já, decantar no mínimo 2 horas antes... E antes de decantar, na minha opinião baixar a temperatura para que durante o tempo decantado não "aqueça" em demasia que o prejudicaria.

É uma excelente relação preço/qualidade, sendo que tem um estilo bastante vigoroso. Mas é um bom vinho.

Provador: Mr. Wolf

terça-feira, 29 de outubro de 2013

M.O.B. 2011

Característica diferenciadora: Qualidade de referência em qualquer mesa do mundo.

Preço: 22€

Onde: Garrafeiras especializadas. Esta comprei no Supermercado O Saloio no Estoril

Nota pessoal: 18.5

Comentário:  Este é claramente um comentário que aqui coloco precipitado... precipitado essencialmente porque só bebi ainda uma garrafa deste vinho.
Este é claramente um exemplo de um vinho que uma garrafa não chega... ainda mais que foi dividida!
É precipitado como por exemplo ousar-se achar que por dormirmos um fim de semana numa cidade, Madrid por exemplo que é perto, arrogamos  falar do tema como se a conhecessemos desde infância... Depende da qualidade do conhecimento que entendemos devemos ter para falar sobre a cidade.
Às vezes ouço-os falar, porque foram lá sair um fim de semana à noite, ou a uma reunião "num projecto", e falam ... esclareça-se: eu não conheço bem Madrid... mas sei que Madrid não é só Cibeles, canhas e pata negra... também tem, por exemplo, 3 excelentes museus.
Também joga lá o Cristiano Ronaldo, mas o Real Madrid já tinha ganho umas coisas antes de ele lá jogar... enfim, tudo depende da perspectiva.

Voltando à minha precipitação... precipitado, pois o vinho está claramente adolescente. Não é daqueles adolescentes cheio de acne e desajeitados... não, já tem boa pinta... mas precisa amadurecer.

Mas então porque é que me precipito a escrever? Porque é daqueles vinhos que acho extraordinário. Porque quero conhecer melhor o vinho e para isso é necessário "visitá-lo" muitas mais vezes, pois vamos sempre descobrir novas sensações. É tipo um filme do Woody Allen. Pode-se ver e rever... o argumento sabemos qual é e como acaba... mas há sempre referências novas e piadas excelentes que nos passaram despercebidas, pois provavelmente estávamos a pensar. O Woody Allen faz isso muito bem. Pensa bem e faz pensar.

Bom... posto isto, a única consideração que tenho a fazer dirigido às 7 pessoas (contando comigo que sou narcísico e releio os meus posts) que sei que nos lêem é: procurem e comprem!

A cor do vinho é rubi escura, quase violeta muito densa e brilhante.
Aromas imediatos de bosque. Vegetal e muito expressivo. Aromas de "adega"... Algumas notas florais mas é o cedro, aquela madeira verde, com chuva e resina,  intenso tão característico da boa Baga (parece-me), que se evidencia. E digo isto com carácter adjectivo. É bom. Produzir vinho, a "tresandar" a fruta e madeira "doce" e abaunilhada, estilo ambientadores de ligar à tomada da electricidade, eu estou fartinho há muitos anos... mas eu sou muito particular nisso... normalmente sou o único em algumas mesas em que me sento. Esse perfil de ambientador, agrada à maioria.

Na prova de boca está ainda por harmonizar, muito intenso, concentrado e nota-se muito cuidado. Tudo está contido, mas cheio de pujança e concentração. O aroma mais "rústico", manifesta-se na prova de boca duma forma mais "chic", onde é a frescura e a clarividência de sabores que comanda a prova...
Acetinado e muito, muito fresco. É majestoso pela frescura, mais do que por fruta. É o perfil que eu reconheço que mais me encanta. Frescura. Pode ter fruta, mas é a frescura que faz com que se tenha vontade de beber outra vez e fica na memória. A fruta encanta no início, mas desaparece com outro vinho, por exemplo. Frescura só alguns vinhos têem. Fruta parece-me ser mais comum.

Perfeito na acidez, mostra-se um vinho para excelentes anos em cave. Tem um grande problema, manifesto neste post e que é evidente... Deveria ser engarrafado em garrafas mínimas de 3L. Acabei aqui as minhas notas... pois o vinho sumiu-se em 3 tempos... porque ainda o estava a descobrir e o vinho cresce muito, muito, muito em copo, e a garrafa esvaziou-se.

É de comprar às caixas todas as que encontrarem. É um vinhão e vai seguramente dar que falar. Eu falarei seguramente outra vez, pois tenho mais duas que encontrei no Saloio e vou à procura de mais.

Perdoem a precipitação, mas quando me entusiasmo, gosto de partilhar o entusiasmo.

Provador: Mr. Wolf


Casa da Carvalha 2008

Característica diferenciadora: Sempre muito bom!

Preço: 5€

Onde: El Corte Inglés

Nota pessoal: 17

Comentário:  Casa da Carvalha... sempre bons. Pouco conhecidos, mas de muita qualidade.
Depois de já ter escrito os bons vinhos de 2009 que já bebi desta Casa, chega a altura de procurar outro ano e perceber se o de 2009 estava bom porque resultou bem, ou se o vinho é bom porque as uvas são boas e a vinificação é cuidada e adequada. E é o caso.
Eu gosto de praticamente todos os vinhos sem excepção de 2009 do Dão. Acho que é um ano mítico. Mas também gosto de muitos de 2008. Normalmente têem um equilibrio entre o carácter frutado e acidez muito peculiar.
Este está excelente. Cor de mediana opacidade, rubi ligeiro e muito aromático. Fruta e barrica discreta. Fruta vermelha, muito viva e expressiva e barrica de qualidade ao fundo, bem integrada.
Prova de boca de acordo com o que conheço do de 2009, sempre num registo muito elegante e muito persistente.
Fino, tanino fino mas presente, acidez delicada e muito frutado.
Excelente vinho, a excelente preço.
Só o conheço à venda no El Corte Inglés, normalmente no supermercado, não no Gourmet.
Recomendo vivamente.

Provador: Mr. Wolf

Mouchão 1974 (datado na rolha)

Característica diferenciadora: Mouchão!

Preço: 30€

Onde: Distribuição em geral

Nota pessoal: 18

Comentário:  Sabe muito bem provar vinhos diferentes dos que se adquirem no quotidiano, seja quando procuramos novidades para a garrafeira ou para um jantar. E nada como provar vinhos, cujas Casas produtoras são consistentes, tradicionais e que associam qualidade da matéria prima ao processo desde o seu nascimento. Mouchão é uma delas.
Esta garrafa foi adquirida numa garrafeira, sem saber o seu histórico. Simplesmente arrisquei.
Sem data no rótulo, só na rolha... a expectativa era mais num vector de exercicio de prova do que propriamente de acreditar que teriamos vinho para o excelente almoço de assado no forno que tivemos.

Aberta... com delicadeza e cuidado na extracção da rolha, completamente húmida diga-se de passagem. 1974. Boa... 38 anos. Reduz-se a expectativa e espera-se um ténue vinho alentejano, quiçá com resquícios que nos permitissem saborear um vinho tinto duma região de temperaturas tão elevadas.
Deita-se no copo e a primeira surpresa: cor escura, grenada, sem marcas evidentes de oxidação.
Nariz doce, licoroso e frutado... e esta hein?
Boca maravilhosa... Acidez presente, muito equilíbrio e extremamente bem balanceado. Harmonia é a palavra de ordem. Afinal o Alicante Bouschet não é rude... precisa é de tempo.
Notas muito frutadas, estilo cereja muito madura.
Opaco, limpo e vivo.
E o melhor? O melhor é que cheira a Mouchão, aquele doce em calda, de fruta escura estilo ameixa mas com alguma frescura vegetal numa simbiose aromática difícil de igualar noutras castas. Fantástico.

Provador: Mr. Wolf