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domingo, 8 de dezembro de 2013

Château La Grande Clotte 2009


Característica diferenciadora: Um amostra bordalesa.

Preço: 15€

Onde: E-stores (wine searcher por exemplo)

Nota pessoal: 16.5

Comentário:  Bordéus, mais propriamente Lussac. Solos argilo-calcários com 80% de Merlot e 20% de Cabernet Franc. Algumas vinhas com mais de 60 anos. Michel Rolland com responsabilidade na enologia... bom, vale pela curiosidade. Na maioria destas "experiências" que faço de comprar às cegas, acabam esquecidas nas minhas memórias, pois felizmente dou-me ao luxo de escrever aqui só sobre os vinhos que gosto. Quando não gosto, não me dedico a investir tempo numa acção "negativa", muito menos a opinar sobre a qualidade do trabalho de outras pessoas. Este tive receio ser um desses casos. Foi quase.

Aroma muito fino e especiado com aromas mais expressivos de pimento. Aberto na cor, mediana concentração. 
Boca cheia apesar do registo de elegância, especiado e pimento na entrada... mantendo-se fino e elegante no fim. 
Balsâmico, algum aniz no aroma e retronasal mas muito equilibrado. 
Aromaticamente muito interessante, com fruta estilo ameixa branca, quase cítrico e com fruto seco ao mesmo tempo. Não é um vinhão de encher as medidas... em nada. Mas é um bom vinho pelo registo e equilibrio. 
Aquém no entanto das expectativas em termos de volume de boca, acidez e final...vale pela disponibilidade nas lojas do aeroporto a um preço comedido. Só por isso. 

Provador: Mr. Wolf

Curiosidades de quem nos visita! É de que país?

Achámos curioso partilhar. Vamos publicar todos os meses os países mais representativos que nos visitam e respectiva região do planeta! Em Novembro foi mais ou menos assim:

Portugal 55%
Estados Unidos 15%
Brasil 10%
Luxemburgo 3%
Rússia 2%
Alemanha 2%
França 1%
Suiça 1%
Reino Unido 1%
Vietname 1%
Outros 9%

Poeira 2008


Característica diferenciadora: Elixir de elegância e fruta.


Preço: 35€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5

Comentário:  Poeira dispensa apresentações... o que não significa que se abra sem a devida preparação ou conveniente briefting... neste fórum, é um velho conhecido e sabemos bem o que abrimos quando pegamos numa garrafa de Poeira!
Escorreito e muito virtuoso no rubi com que se apresenta... há que compreender que são quase 5 anos em garrafa. Parece acabadinho de engarrafar.
Aromas sérios, masculino sem vincar muito nas expressões de fruta, o que é bom, mas mais minerais, quase com aparas de lápis... num registo sempre distinto e discreto.
É sem dúvida o perfil de vinho que mais prazer me dá. Não se evidencia logo, insinua-se e nunca "pesa" em nada. Precisa é de cave. 
Este de 2008 está a começar a ficar em forma para a mesa!
Prova de boca excelente. Está um verdadeiro hino à elegância. Fresquissimo, foi o rei da noite. Numa noite em que nem se procuravam comparações... pela disparidade de estilos à mesa, onde provámos um super Toscano, ou pelo conhecimento que já temos destes vinhos que abrimos... mas foi sem dúvida a garrafa que mais rápido acabou quando todas estavam abertas e a que melhor mais considerações de admiração recolheu dos convivas.
Depois de respirar está repleto de fruta encarnada, muita amora, e como é apanágio, acidez no ponto conferindo-lhe extraordinária elegância. Mineralidade a evitar que a fruta seja o actor principal.
É realmente "sumo", no melhor dos sentidos. Vivíssimo, equilibrado, intenso, muito homogéneo e com final muito longo. Memória de fruta muito delicada, encarnada e boa e extrema facilidade em beber. 
Maravilhoso.

Provador: Mr. Wolf


Quinta do Vale Meão 2008


Característica diferenciadora: Equilibrio e envolvência.


Preço: 55€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5


Comentário:  Quinta do Vale Meão é naturalmente sinal de qualidade e uma das bandeiras do vinho do Douro e de Portugal além fronteiras. É com satisfação que conseguimos ver a consistência das apreciações que a Wine Spectator atribui a este vinho Português, sabendo no entanto dar o devido valor a isso. Ou seja, é bom pelo reconhecimento além fronteiras, pela adequação ao perfil que o consumo da especialidade mundial aprecia e pelo retorno financeiro e de construção de marca - também da marca "Douro"- que significa.
Por isto tudo, são importantes os "galardões" das revistas internacionais. De resto, para nosso barómetro, não. Não precisamos ler a WS para quando pomos o nariz num copo de Vale Meão compreendamos logo que o vinho é extraordinário!
Passando então à prova deste de 2008!

Nariz com barrica expressiva de muita qualidade. É incontornável referir que de facto a barrica em que este vinho estagia acrescenta muito vigor aromático, sem se sobrepor no entanto ao vinho na prova de boca. Não é fácil.
Vinoso, marcado ligeiramente ainda pela barrica, emergem de seguida notas florais e cedro. O nariz é muito bom, muito expressivo e vincado. Não é propriamente "elegante" no nariz... mas como é bom, admite-se.
Boca muito elegante, muito fino e polido. Marcado por Touriga nacional, muito bem no entanto na boca. Eu não aprecio muito a expressão tradicional da Touriga Nacional... são mais as vezes que me enjoam do que as que me fazem desejar! No entanto, neste caso está no limite superior do tolerável e do floral.
Na minha opinião, dos melhores anos de Vale Meão.
Extremamente elegante, fruta estilo cereja sem estar muito madura, nada cansativo e ainda a crescer garrafa. Acidez presente e taninos moderados.
Final longo. Notas finais persistentes ainda "amendoadas"... mas faz parte do estilo Douro Superior, onde o Vale Meão é sem margem de dúvidas o melhor exemplar que podemos mostrar desse património tão importante para nós.

Excelente.

Provador: Mr. Wolf


Pape 2007


Característica diferenciadora: Elegância.


Preço: 25€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 17

Comentário:  Pape é sempre Pape... PA de Passarela e PE de Pellada... para mim é o vinho mais consistente e equilibrado que Álvaro de Castro engarrafa ano após ano.
Segundo consta, este de 2007 provém de predominância - senão totalidade - de vinhas velhas de Touriga Nacional.
Cor rubi, translúcida e de mediana concentração.
Muito fino, estranhamente elegante para o que o Pape nos habituou. Recorte de barrica evidente, aromas e sensações mais "verdes", que tornam a prova ligeiramente curta, apesar do vigor inicial.
Vale sem dúvida pela elegância, num exercício de perfil do Dão, diferente dos Pape mais antigos. Guardar, pois apesar de não estar numa altura excepcional para provar, parece-nos que com o tempo vai melhorar e ganhar muito mais garra. A Touriga Nacional tem "muito disto"... é temperamental em cave.

Provador: Mr. Wolf

Giorgio Primo La Massa 2007


Característica diferenciadora: Um "super Toscano" galardoado com 97 pontos na Wine Spectator por si parece-me que chega... mas tem muito mais!

Preço: 70€

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5

Comentário:  Ora aqui está uma estreia nossa, tardia, num Super Toscano!
Começamos bem... vinho do momento em Itália no ano de 2009, consagrado pela pontuação distintiva da conhecida revista Wine Spectator... resolvemos abrir e provar depois da "poeira assentar", como se costuma dizer.
E é aqui que chegamos... e 2013 onde resolvemos provar no nosso encontro anual em Penacova, focados em vinhos essencialmente com 5 ou mais anos.

Nariz peculiar a assegurar continuidade à cor e espessura do vinho. Muito escuro ainda, sem grande vivacidade no rubi, mas destacado na viscosidade com que se agarra ao vidro do copo... quase que caramelizado na opacidade. 
Bomba aromática cheia de ervas secas, azeitona e uns fantásticos toques de rosmaninho. Impressionante o nariz. Impressiona pela diversidade e contraste. Pela intensidade de aromas mais terrosos e ao mesmo tempo frescura de erva aromática. Muito giro.

Boca assombrosa! Pujança, cremosidade e equilíbrio.

Falsa acidez escondida, taninos vigorosos mas envoltos em veludo. Muito, muito polidos e ao mesmo tempo vigorosos. 
Muito diferente do que se produz em Portugal. O que é bom, para os dois países.
Muito potente. Volumoso e opulento. Cala-nos pela "diplomacia" com que nos agarra.
Muito encorpado mas extremamente elegante. É na dinâmica de volume e profundidade com delicadeza e acetinado que o vinho sobressai.
Memorável e muito, muito bom.
Blend com Merlot, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, está para durar.

Provador: Mr. Wolf

O que se bebeu no Wine Penacova Meeting 2013

Campolargo Espumante Pinot Noir Rosé 2008
Quinta das Bágeiras Espumante Garrafeira 2003
Poeira 2008
Quinta do Vale Meão 2008
Giorgio Primo La Massa 2007
Achaval Férrer Finca Bellavista 2008
Quinta do Monte D´Oiro Ex- Aequo 2008
Anima L8 (2008)
Esporão Private Selection Tinto 2008
Calda Bordalesa 2007
Campolargo Pinot Noir Tinto 2008
Pape 2007
Fonseca Quinta do Panascal Vintage 2005

Wine Penacova Meeting 2012

Casa Ferreirinha Antónia Adelaide Ferreira 2008
Alves de Sousa Abandonado 2007
Quinta do Vallado Reserva 2008
Esboço 2001
Campolargo Pinot Noir 2008
Flor de Pingus 2006
Passadouro Reserva 2008
Quinta do Noval Vintage 2000
Quinta das Bageiras Bruto Natural 2009
Graham´s Vintage Port 1985 - não estava em condições

Openday:

Bageiras Grande Reserva Bruto Natural 2003
Quinta das Bágeiras Pai Abel 2010
Quinta do Monte D´Oiro Madrigal 2010
Domingos Soares Franco Moscatel Roxo Rosé 2011
Buçaco Branco Reservado 2007
Quinta do Monte D´Oiro Reserva Tinto 2007
Anima L8 2008
Quinta do Vesúvio  2009
Xutos 79/11 Reserva 2008
Esporão Private Selection 2008
Vida Nova 2009
Calda Bordalesa 2007
Dona Touriga e o Castelão (Magnum) 2005
Sozinho, O Castelão (Magnum) 2007
Pape  2007
Campolargo Alvarelhão  2011
Dona Berta Vinha Centenária 2007
Passagem Reserva 2009
Quinta do Monte D´Oiro Ex-Aequo 2008
Marquesa de Alorna Tinto 2007
Hexagon 2005
Post Srciptum  2010
Pombal do Vesúvio 2010
Chryseia 2009
Poeira  2009
Achaval Ferrer Finca Bellavista 2008


Carcavelos Quinta dos Pesos 1990 1990
Moscatel Roxo Domingos Soares Franco Colecção 2003
Quinta do Panascal Vintage 2005 2005
Blandy´s Bual 10 Anos

Collares Viúva Gomes Reserva Tinto 1965

Característica diferenciadora: 48 anos depois da vindima.

Preço: Indiferente.

Onde: Garrafeiras especializadas

Nota pessoal: 18.5



Comentário:  Este é sem dúvida o comentário a um vinho cujo cuidado fotográfico procura fazer justiça ao respeito e admiração que tenho por estes vinhos. 

Verdadeiros vinhos de culto. 

Estonteante a longevidade, classe e pujança dum produto perecível que após 48 anos continua com um fulgor e qualidade absolutamente impressionantes. 
Pode ser verdade que a região de Collares foi prejudicada pela falta de consistência na qualidade dos vinhos. Tudo bem. Mas os anos que são bons, não são somente excepcionais. São míticos e calibram de novo a percepção sobre o que é a longevidade dum vinho.

Detalhe do contra rótulo
Detalhe de "Collares" como terroir e região
Este, após eu ter provado o de 1967 que estava majestoso, carregava aos ombros a responsabilidade de validar ou fragilizar a minha opinião sobre estes vinhos. Pode ter sido uma garrafa fantástica (a de 67) que num dia em que eu estaria propenso a provar e de gastronomia apropriada me soube extraordinariamente bem... ou o cair dum sonho e afinal não era nada disso... e remetia-nos para um vinho apreciável pela idade, mas nada mais do que isso. 
Mas não. Comprovou e carimbou com relevos de ouro a supremacia do carácter agreste, rude e vincado destes vinhos. Para serem apreciados por quem os queria apreciar. Não devem ser comparados a nada em Portugal. Nem impostos a nenhum enófilo da actualidade. Se não gostar, é indiferente. Arrolha-se e bebemos depois sozinhos.
Detalhe das letras em relevo dourado

O vinho apresenta-se com uma rolha de qualidade superior, retirada sem grande sacrificio apesar de cuidada posição do saca-rolhas e ligeiramente húmida.
Aromas de azeite imediatos. Torrados e tostados juntam-se à festa. Antes da expressão cromática, o potencial aromático é impressionante. 
Na realidade a década de 60 em Collares foi marcante. Nota-se ainda quase meia década depois em garrafa. Inigualável, penso eu. Mas conheço muito pouco ainda.
Viscoso a cair no copo, cor de café escuro de opacidade relevante, é na prova de boca que percebemos exactamente o que estamos a falar. Densidade que se aproxima dum Jerez, mas de expectativa... na realidade é extremamente liquido e nada pesado. 
11% e 0,65L- Curiosidades
É uma partida dos sentidos, que atentando à cor nos precipita para uma ideia de licoroso. Não. Nada disso! 
Vincado na acidez, duro e mineral ainda com muito sabor a ferro inicial, adequado para afastar os mais "inexperientes", é quando se foca nos conteúdos mais terrosos, coloniais ao melhor estilo de café acabado de moer em grão, armazém de coisas antigas mas limpas, ligeiro soalho encerado. 
Brilhante vivacidade, frescura e acidez a contrabalançarem as características mais evoluídas e naturais do bouquet.

Tenaz como o aço, vivo como um riacho escorreito por entre caminhos de pedras e sulcos, estes vinhos são uma enciclopédia para qualquer enófilo... melhor que qualquer workshop que se faça... basta-nos uns bons copos largos o suficiente, paciência para o colocar à temperatura adequada - 14º-15º quando se abre - e paciência e abertura de espírito para provar este vinho ao longo duma refeição. 
Fale-se no fim, não quando se prova pela primeira vez. Temperatura e copos adequados é obrigatório.

Provador: Mr. Wolf